sexta-feira, novembro 28, 2014

Se ele fosse como tu.



Gostava que o coração dele fosse semelhante ao teu, feito de espaços semi-transparentes que espelhassem amor em cada canto seu. Sentir o seu toque sem pressentir uma forma dolorosa de sentimento, uma demonstração livre de amor sem truques da sua mente. Se tivesse a coragem de sentir que o teu tem, seríamos eu e ele a inundar o coração e a transbordá-lo do que iriamos ser sem medos e sem receios. Gostava mesmo muito, a ponto de sonhar acordada, de estremecer ao som do teu nome como estremeço quando oiço esse nome dele ou quando falam-me dele e apetece-me defendê-lo com unhas, dentes e coração. Se o meu amâgo fosse capaz de sensoriar um amor assim por ti como sente por ele, nunca teria que forçar um estado de espírito risonho, sentir-me-ia completa e de coração cheio. Por mais que tente e me esforçe, o meu ânimo direcciona-se constantemente para ele, mesmo quando luto com todas as minhas forças para que assim não seja. Ilumino-me, contrariada, quando leio palavras dele, mesmo que não demonstrem qualquer tipo de afecto por mim, ainda que tenha a meu lado quem me ame incondicionalmente. Como disse-me ele um dia, não podemos ficar para sempre com quem amamos, a vida encarrega-se de separar amantes que não sabem viver distanciados. É o nosso karma, a nossa sina, a nossa ruína. E se ao menos ele lutasse por este amor como eu luto para não o sentir, não estaríamos a seguir caminhos tão opostos e auto-destrutivos.

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