terça-feira, maio 13, 2014


Sempre tive sentimentos por ti, embora duvidasses, confidenciaste-me, volvidos tantos anos. O coração palpitou violentamente e subiu até á garganta, embebido nestas emoções que resistem e persistem dentro dele. Os pensamentos toldaram-se de mil e uma coisas e senti-me perdida, com naúseas, á beira de um precípicio para o qual me empurraste. A confusão apoderou-se de mim á medida que todas as minhas cicatrizes voltavam a estar expostas, e subconsequentemente, eu tornava-me uma vez mais, vulnerável perante ti e os teus olhos que me fixavam. Essas palavras mudaram-me contra a minha vontade, acordaram sensações há muito adormecidas e recalcadas dentro de mim. E, á medida que foste remexendo nas feridas do nosso passado, envolvida pelo teu cheiro inebriante e pelos teus braços fortes que contribuíam para que te afundasses em mim,  fui percebendo que tu voltarás á minha vida quantas vezes achares necessárias e não há nada que eu possa fazer para impedir-te, derrotar-te, esquecer-te ou odiar-te. Não há adeus nem nenhuma despedida que faça com que permaneças ocultado nos momentos que jurava e julgava ter deixado para trás... A minha impotência perante a tua existência, aqui, nua e crua.

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