sexta-feira, maio 16, 2014

Assombrada pelo medo.


Eu sempre te amei e tu sabes disso. Desde que tinha os meus quinze anos e nós trocávamos segredos por entre as folhas das árvores, amparados pela sua sombra, enquanto aprendíamos e apaixonávamo-nos.
Tentei deixar-te partir e encontrar conforto em outros braços que me apertassem firmemente num abraço que me comovesse não apenas o corpo mas também a alma; no entanto, ninguém consegue equiparar-se á forma como tu me fazes sentir. Estar ao teu redor anima o meu coração - não só sinto-me como se voltasse a guardar dentro de mim a inocência dos quinze anos, sinto simultaneamente que não poderia ser alguém melhor do que quem sou quando estou contigo.
Sempre estivémos desencontrados, escondidos por detrás das palavras que ambos quisémos pronunciar mas fomos demasiado cobardes para concretizar. Nenhum foi capaz de dar um passo em frente, de admitir todos os vocábulos ocultados nas trocas de olhares, nas brincadeiras aparentemente inocentes, nas horas passadas apenas na companhia um do outro. Eu ter-te ia seguido sempre e para qualquer lado e tu sabia-lo perfeitamente, mas apenas agora disseste-me que sempre quiseste que te seguisse incondicionalmente. Tenho medo. Aliás, estou em pânico.
Tenho medo porque sei o quanto ainda te amo, tenho medo porque não sei se serás a pessoa por quem estou apaixonada, tenho medo que não me ames tanto quanto eu a ti,tenho medo que voltes a me magoar apesar das tuas promessas de não o fazer, e tenho medo do que significa tentar contigo.
Sou queimada pelo desejo impossível de voltar a estar resguardada pelas árvores que escutavam os nossos segredos quando tinhamos quinze anos, gostava que a vida não fosse complicada, adorava saber que podíamos deixar-nos embalar pelo doce e devastador amor e que eu não teria medo que os últimos sete anos se repetissem, medo de como ainda consegues alterar por completo o meu amâgo.
Tu és um pedaço de céu - vejo a minha vida a teu lado como sempre vi. O meu maior medo é que sejas uma mera fantasia, talvez por isso estou embrenhada neste pânico constante que me assombra sem permitir que o meu coração volte a sossegar.




Sem comentários: