Perdi-me do que sou. Faltam-me pedaços essenciais de amor neste resto de vida que represento. O sopro de calor que desejei naquela noite estrelada, á luz da vela replandescente, tarda em chegar. Oh, e faz frio aqui sem o teu carinho. Os lençois e edredons não chegam para aquecer o espaço que deixaste vago na minha alma. Descanso o olhar na rua deserta e as lembranças teimam em carbonizar o meu pobre coração. Olha, vou contar-te um pequeno segredo - não sei o que está mais vazio, eu ou a rua. Eu sento-me sozinha na varanda contra a minha vontade e, na escuridão da noite, acendo um cigarro pensativo. Só depois lembro-me que eu até nem fumo. É somente mais um dos teus vícios colado em mim. E o que murmurei ás estrelas naquela finda noite recusa-se a passar-me os dedos pela face gelada. Desgastada emocionalmente, espero por uma outra noite como aquela, apesar de saber perfeitamente que não se irá repetir.
2 comentários:
gostei muito!
"na escuridão da noite, acendo um cigarro pensativo. Só depois lembro-me que eu até nem fumo. É somente mais um dos teus vícios colado em mim." que fofo
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