terça-feira, dezembro 06, 2011

the sickness.



Receio não sentir-me bem ultimamente, tenho o tipo de doença conjurada unicamente pela tristeza , que condena o portador da mesma á morte, causando o repentino cessar dos batimentos cardíacos. Independemente da causa, sinto-me possúida por assustadores arrepios que tornam quase impossível descrever o que me percorre o adoentado espírito; a minha mente está agora enredada nos mais sombrios e paranoícos pensamentos que alguém poderia fruir...
O gatilho que despoletou o que agora consome-me num vagaroso mas devastador ritmo é realmente bastante simples - vagueava eu por uma das muitas ruas solitárias onde costumo perder-me quando voltei a vê-los juntos. Sei tão bem como qualquer outro ser que são casados e é como se todos se unissem no desejo de que passem o resto da eternidade com os seus destinos entrelaçados de modo irreversível. É o suficiente para que a  minha sombra, verde de inveja, deseje com a força de todos os contraídos músculos,  que o mundo se consuma até restarem apenas as cinzas dessa tenebrosa vontade. Doi-me tanto vê-los juntos... 
No decorrer de algumas noites, quedo-me acordada, entretecida nos meus pensamentos cor de inveja enquanto fixo o meu olhar no tecto. Noutras, eu dou voltas e voltas no frio dos lençois, choramingando histerica e repetidamente palavras soltas para que as mesmas me acorrentem á cama e impeçam a insanidade de arrastar-me com ela até ás profundezas do meu inconstante ser. Outras noites ainda, abraçando-me a mim própria, choro amargas todavia silenciosas lágrimas que me percorrem a distância desde o pescoço até á trémula luz da melancolia.  Que posso eu fazer quando fui amaldiçoada nesta sina de amar sem ser amada?

5 comentários:

Filipe Ribeiro disse...

ja somos dois amaldiçoados *

gostei bastante*

Andreia disse...

Adorei! *-*

Jo disse...

Ainda bem que gostas, querida! Muito obrigada :)

Sabrina disse...

Loved it!

mariana disse...

muito obrigada *