sábado, dezembro 03, 2011

pútrido amor.



Contei a uma mão cheia de seres que, na minha mente distorcida, julguei compreenderem-me. Disse-lhes, no frio do Inverno o que sentia por ti e descrevi-lhes a forma como tratavas-me. Apressaram-se, quem sabe, acertamente, a negar todas as formas de amor que eu julgava serem reais e a matar todas as recordações. A forma como lembravas-te de mim para tão depressa voltares a esquecer-me,apenas provava que no lugar do coração possuías uma pedra amassada. Eu aceitei ouvir todos os conselhos, todas as palavras cautelosas que me assopravam aos ouvidos, afirmei que te ia esquecer prontamente e debruçei-me sobre a janela das memórias. Atirei cada uma na terra lamaçenta, embrulhada em pó e em promessas quebradas. Queria, bem lá no fundo, ser capaz de odiar-te e aceitar que nunca poderás ser meu.
 No entanto, mesmo sabendo a tua falta de afectos e a razão que todas as vozes que eu ouvia na minha mente tinham, continuei a perdoar cada falha, cada esquecimento, cada silêncio prolongado. A cegueira que me consome nesta loucura de tanto querer-te, afasta qualquer réstia de lucidez do meu corpo. Apesar de saber que não sentes amor no teu apático intimo o meu coração suplica sempre pela tua presença, ou pelo menos, por uma palavra tua a ecoar na minha alma. E eu revolto-me, derramo lágrimas amaldiçoando este pútrido amor que me corroi e desgasta, mas ao fim do dia, continua a ser o teu nome que eu mastigo nas paredes do meu macabro cerne...

6 comentários:

Lúcia Pereira disse...

gosteei *

Andreia disse...

Adorei! *

Rita disse...

é bom saber que achas isso *
não tens de quê! (:

Vera disse...

está lindo, lindo, lindo!

Anastasie disse...

gostei muito :)

Anónimo disse...

obrigada