domingo, dezembro 11, 2011

metáforas e sinédoques.



As palavras fluem excessivamente em mim. Toda eu sou letras que convergem no meu ser e tornam-me no caos que se apresenta. São quase na sua totalidade sobre ti, e as que não são, querem-no ser. Constroem uma desordem no meu intimo pela quantidade exagerada em que se encontram e pela confusão de sentimentos nele impregnados. Escapam-se-me pela ponta dos dedos numa revolta que eu não consigo controlar. Se te dissesse que queria terminar este delírio e cessar todas as recordações, o cerne rasgar-me-ia o peito e revelaria a dimensão desta mentira que defendo para finalmente esquecer-te. No fundo,esvair-me em palavras acalma-me a alma cansada e diminui o sentir que lateja incessantemente. A saudade passa para as palavras e o meu coração consegue então adormecer por escassos momentos. Este sofrer quer ser lido nesta convergência de afectos e definir-me nesta loucura que sou em ti. Eu acabo por ceder e escrevo-as, mas faço-o baixinho e na transparência do que somos para que, nesta metáforas e sinédoques, percas-te vezes sem fim e não consigas perceber o quanto as palavras chamam por ti.

2 comentários:

Rute Neves disse...

está simplesmente lindo, adoro!

joanaf disse...

nao precisas de discordar linda :) ohhh, o teu texto é que está lindo!