quarta-feira, junho 28, 2006

A caixinha de surpresas estragou-me...


As ilusoes sustentam a alma, como as asas sustentam um pássaro...


Surpresa ou não, fiquei á espera de uma resposta. Mais uma vez, mais uma vez em tantas outras, ( e quantas nao são as que digo isto, fora aquelas que opto por calar!), fiquei parvinha á espera de algo que não iria receber em troca. Todos dizem que não se arrependem daquilo que fazem, pelo menos a mim o dizem... eu não. Sou o oposto. Geralmente arrependo-me do que faço, e em relação a ti, esta minha faceta confirma-se na perfeição. Sou estúpida ao ponto de me deixar ainda mais triste, sabendo no mesmo instante que é assim que fico quando tento. Quando tento! (Mas tu não sabes o que é tentar não é? Desculpa, esqueci-me...)

Enfim... não foi surpresa. A caixinha estava estragada. Tinha a fechadura arrombada. Fui eu. Desculpa, mais uma vez abri sem pedir, entrei sem perceber. (Entrei porque ela também é pequenina como eu...e tu sabes disso mas ainda não te deste conta...) Esta caixinha está sempre aqui, ao meu lado, acompanha-me quando deixo os sentidos de lado e me afeiçoo apenas aos sentimentos. E depois... depois abro-a sem dar conta. Sabes porquê? Porque o medo que ás vezes tenho em mim, torna-me forte e dá-me coragem para tentar! Tentar... tentar em vão é claro. Mas ao menos tento... por ti e por mim. Mas começo a cair na realidade e apercebo-me que por ti nada vale.

Porque afinal, não fui eu que estraguei a caixinha, mas sim a caixinha a mim. Quebrou-me de tal forma que agora não consigo sorrir ( e eu que gosto tanto de um bom riso, de uma gargalhada entusiasta aqui e ali...). Cheguei também á conclusão que esta caixinha era uma forma menos brilhante de ainda ter esperança. Dizem que a esperança nunca morre, mas em mim, morre em cada momento que tento aproximar-me. Tudo bem... tarde demais para conclusões. Mesmo assim, não queria ter quebrado a fechadura e ter deixado cair a chave num abismo que não me pertence. Não quero este rosto, nem estas lágrimas. Não quero este olhar triste e uma voz que não me dá sonhos. Porque eu, ao contrário de ti, vivo de sonhos! Preciso deles! Sim, é verdade... caiu tantas vezes que a dor já não doi de si, apenas fica em mim e pronto... Dor, não te quero mais, foge e deixa as garras para um outro que não eu. Foge e deixa(-me)...

Tudo isto para dizer que apenas tentei. Tentei. Que triste surpresa. Que doce caixinha. Uma personificação para algo que não quero mais. Algo que já não é meu. Que triste surpresa... que imunda caixinha. Virei buscar-te mais tarde. No caminho para as estrelas ou no tapete mágico das bandas desenhadas. Virei com o gênio da lampada mágica ou com o principe encantado que vejo nas historias. Virei mais tarde, com uma surpresa nova e com uma doce e pequenina chave mágica.

Agora estranhamente percebo que essa caixinha era pura e simplesmente tu! Tu que escondes algo que me chama sem dar conta. Tu que tens forças para me ter. Toquei-te e quebras. Mas quebras-te ilusoriamente. Porque na verdade, quem quebrou, fui eu. Facilmente estilaço no chão com vidros pequeninos que cortam. Estraguei-te a fechadura mas tu podes fixá-la... A mim, jamais fixarás. Obrigada pelos abismos e pelos sentimentos menos sentidos. Agora já nada do que se passou me importa (oh, digo isto com tanta falsidade... maldita alma, maldito espelho!) e deixar-te-ei por aí, até que uma outra história de encantar te escolha para te abrir e se quebrar da mesma forma que eu me quebrei, perdidamente.

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