sábado, abril 22, 2017

A minha história.

De certa maneira, permaneceste tatuado em mim até que a morte roube o meu último fôlego. Acredito que tenhas escondido fragmentos teus num canto escurecido do meu coração para que o teu rosto nunca se desvaneça da minha memória. Vislumbres teus sempre foram suficientes para que a minha respiração desacelerasse e o coração saltasse batimentos sem que eu o permitisse. Levaste contigo o meu ânimo de forma a que sempre que conto a minha história, a mesma configura-se sempre sem vida e sem as cores que deveria ter. Enquanto quiseste quedar-te comigo, os meus olhos brilhavam e o meu corpo nunca sentia frio, como se estivesse permanentemente enredada nos teus braços e no calor que a tua pele incidia sobre mim. Mas os anos passaram e a tua vontade mudou enquanto eu continuei a amar-te como desde o primeiro dia e por isso, continuei a procurar-te em cada pessoa que encontrava pela rua. Com o passar do tempo, a tristeza e o vazio substituíram o desespero e o que me alenta o espírito é ainda o pedaço de ti que alojaste dentro de mim, contra a minha vontade. E eu nunca deveria ter-te contado a minha história.

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