domingo, novembro 06, 2011

por calar as palavras.



Por calar as palavras que me correm pela mente, quase esbarrando nas recordações, não penses que a saudade não me corroi a cada avançar do ponteiro do relógio. Não acredites, por um mero segundo, que a minha alma não está estrangulada pelo cheiro que deixaste tão presente em cada canto do meu ser. Não sejas ingénuo nem subestimes a minha capacidade de entrega. Se conheceres o meu coração, saberás que as lágrimas fogem constantemente do meu interior, gritando [a quem tiver coragem de me ouvir] que a dor é quase sempre cruel. Se me abrigo no silêncio é porque a semântica das palavras que pretendo sussurar não seria, de modo algum, eficaz a ponto de abandonares tudo e correres na minha direcção. Sou cada vez menos desde que trocaste o meu amâgo pela ausência de um. O meu coração estreita constantemente os seus vasos para afagar a eterna melancolia que prendeste á minha alma. Se não te explicar como me sinto, não julgues ser por ausência de sentimento [tenho-os em demasia]; se tanto, seria por os ter gasto excessivamente na vã tentativa de te demonstrar o quanto te amo.

3 comentários:

- MartaRibeiro * disse...

gosto muitooo .

Dário Rodrigues disse...

Mais um texto lindo... com essa consistência literária, devias pensar em editar um livro...

Beijo

alexandra disse...

adorei..