As palavras saem-me dos dedos contra a minha vontade. Rasgam-me a intenção de calar constantemente os sentimentos. Sei que não os podes ler e que cada carta que te escrevo acaba caída no esquecimento. Presa a este vaivém de emoções, luto com grande esforço contra os dedos que ignoram o meu desejo de silêncio reconfortante e continuam a escrever sobre ti. A vida própria que adquiriram, ansiosos por poderem bradar o teu nome e os sentimentos que em mim fazes pulsar, está fora do meu controle. Não consigo evitar que as palavras sejam tuas quando o coração á muito que o é. O oxigénio não te pertence, decerto, todavia, sinto que me falta o ar quando a saudade me aperta desesperamente o peito. Oh, como estou cansada de sentir-te. Os sentires são repetitivos e deprimentes quando não são os meus abraços que te envolvem no calor da tua rotina. As minhas agonias, por muito que as descreva nestes impasses de loucura, nunca chegarão á tua compaixão e sei que independentemente das inúmeras vezes que os meus dedos declamem as insanidades que me atormentam o sofrego amâgo, o teu corpo, a tua alma e o teu coração continuarão entrelaçados numa existência que em nada se assemelha á minha.
3 comentários:
Adorei :) sigo-te *
Gostei muitooo .
Quanta intensidade em suas palavras, adorei.
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