terça-feira, outubro 18, 2011

rasguei a alma.

Esta manhã, cansada de sentir-me assim, rasguei a alma. Sentada num canto escuro da minha existência, quase em posição fetal, vasculhei cuidadosamente todas as recordações que havia guardado aqui dentro.Retalhei, com os dedos manchados de mágoa, todas as fotos, todas as cartas e todas as provas da tua passagem pelo meu coração inseguro.Apaguei, usando todas as forças que me restavam, o teu odor tão presente na minha memória para que não voltasse a sentir-me vulnerável. O problema não é recordar-te, é não conseguir esquecer-te. As memórias colam-se-me na alma, que saturada e cicatrizada, suplica, implora que a tua imagem seja expelida para sempre do meu coração. E chora. A minha alma chora porque cada segundo é mais doloroso que o seu predecessor. Não sei se faz mais frio fora deste quarto escuro ou dentro do meu peito. Mas o tempo urge. Nocauteada pela inutilidade do sofrimento, costuro a alma rasgada, esperando, em vão, que a mesma compreenda que ainda não sou forte o suficiente para te deixar partir sem haver a hipótese de me arrepender quase de seguida...

3 comentários:

Professora de Dança Criativa disse...

Está lindo, sem palavras. Amei!

Vanessa Kiekeben disse...

ainda bem :) Obrigada <3

Dário Rodrigues disse...

Sempre a surpreender com frases bem construídas e carregadas de sentimento.

Pena ser de tristeza, mas ás vezes é a tristeza que nos inspira mais...

Espero ver brevemente posts tão bons quanto este, mas carregados de alegria...