sexta-feira, julho 12, 2013

Uma derradeira vez.



Senti-me novamente excluída, despojada de sentimentos que me aquecessem o interior. Despiste-me a alma e deixaste-a esquecida sob o luar de mais uma noite quente. Seguiste o teu caminho e a minha voz ecoou durante alguns instantes no vazio, prolongando-se no tempo e no espaço. Desvalorizaste as minhas palavras, como se o seu significado fosse um cobertor que pudesses dispensar perante o calor que se fazia sentir no porto da cidade. Adormeci na praia, calejada pela tua indiferença, jurando desprover-te de toda a importância que te atribui. Os meus lamentos foram apagados pelas ondas calorosas do mar que abraçaram fortemente o gelo que se roçava no meu tronco, olvidado novamente pela tua falta de carácter e de firmeza. " Outro fragmento do meu coração que se transformou em pedra", pensou ela, e o crepúsculo envolveu-a uma derradeira vez.

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