quarta-feira, julho 17, 2013

Apenas segundos...


Senti um aperto gélido no peito, uma dor atroz que dificultava a passagem do oxigénio até aos pulmões. Descobri, após alguns instantes de uma fúria lacinante a romper caminho por entre o meu interior, que a voz do meu coração ecoava dentro de mim, murmurando a medo que o amor que nutrias por mim encontrava-se adormecido. Já não te deixavas seduzir pelo desejo ardente de envolveres-me nos teus braços nem devastava-te uma saudade galopante que te impedisse de ficares longe de mim. Recusei-me a acreditar neste coração louco que se alimenta de receios e que permite, frequentemente, que a solidão ensine o rumo a medos que se formam na minha mente, que permita que nascam ilusões que eu passei uma existência inteira a afastar do meu tronco. Sinto-me, neste momento, abandonada, despojada de sonhos e de tudo em que sempre acreditei. As tuas palavras são insuficientes perante a agonia que se forma, dia após dia, no meu ser. Clamas, sem gaguejar, continuar a sentir os mesmos afectos de outrora, passando momentos a meu lado; mas, a minha alma sente, em toda a sua dor, a tua ausência, mesmo quando a tua presença se faz notar e, principalmente, nos abraços agora frouxos, nos dedos entrelaçados que não se encaixam como antigamente e nos beijos que antes demorados, perdem-se em apenas segundos...

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