segunda-feira, dezembro 24, 2012

O coração entre as mãos.



Trago novamente o coração entre as mãos, miscigenado com mil e uma coisas sem sentido. Vagueio sem destino algum, embalada somente pela solidão, despojada dos afectos que costumavam dirigir-se a mim. Perdida por entre rostos desconhecidos, procuro palavras que aquecam ainda uma centelha de esperança e que sejam capazes de restaurar dentro deste peito o coração que carrego incessantemente nos braços cansados. Esgotada apenas psicologicamente, a tristeza que sensorio impele-me o corpo a continuar esta busca que eu receio ser infrutífera. A ausência de sentimentos que eu analisava sempre que me abraçavas sem colocares nesse gesto a tua alma, ou nos beijos sem sal que me entregavas nos lábios desesperados por um sentimento que me fizesse respirar com mais animo; continua a assombrar-me independentemente do caminho que eu escolha seguir. Nunca mais te senti , no entanto, o sopro tíbio do vento relembra-me constantemente da tua presença, da tua frieza perante as minhas calorosas demonstrações de carinho e o amor que eu, sem rodeios, provava sentir incondicionalmente. Estou á deriva com as minhas incertezas... não sei ainda se vagueio tentando encontrar uma forma de chegar a ti ou se pretendo apenas deambular eternamente até deparar-me com uma maneira de esquecer-te e desprender-me desta angústia que se cola ao meu cerne. Todavia, ainda acredito e prometo-te crer enquanto for possível respirar, enquanto vislumbro outra rota interminável que me leva a lugar nenhum, ser exequivel alcançar um modo de despertar o amor adormecido que outrora sentias por mim e que, recentemente, apenas repousa neste meu coração cansado que acalento nas mãos insípidas.

1 comentário:

sofs disse...

Vou mudar o link do meu blog. Espero que continues a seguir-me! Aqui fica o novo: http://demim-paranos.blogspot.com
beijinho :)