quarta-feira, agosto 29, 2012

I will wait for you.



A tua ausência, situação ingrata que desorienta os meus sentidos, começa a entranhar-se em todos os meus poros, impedindo-me de pensar  em algo que não sejas tu. A tua voz, ocasionalmente sarcástica e mordaz,  retine na minha mente, lembrando-me todas as tuas promessas vazias e tentativas de permanecer impregnado na minha essência. O meu coração recorda, mesmo sem a minha permissão, o toque do teu corpo no meu, as tuas mãos rudes a deslizar pela minha pele sedenta de ti, o teu olhar azul celeste a perder-se em mim. Os pequenos momentos em que me pediste para beijar-te ou as cenas descabidas de ciúmes que causavam um estremecimento absurdo no epicentro do meu amâgo. As vezes em que juraste nunca ser mais que uma lembrança remota e esborratada num canto recôndido do meu danificado ser; os instantes em que pronunciaste sem admitir que a voz te faltasse, que estarias sempre presente, eternamente ao alcançe de um beijo sentido ou de um abraço apertado. Prometi ao meu coração não voltar a se magoar porque tu eras ou serias diferente de tudo o que até áquele momento, eu lhe tinha apresentado. Serias tu a pintar o meu coração de um vermelho vivo e a simples menção do teu nome seria suficiente para fazê-lo bater descontroladamente e gritar ao meu restante corpo que estava, afinal, e contrariando todos os indícios, viva. Eras tu a única causa de todos os meus suspiros, sorrisos, sonhos repletos de esperança e, acima de tudo, o dono do amor que me corria no sangue e alimentava o brilho que me enchia o olhar.

Defino-me ludibriada e atraiçoada.

A saudade abraça-se á dor e espicaça-me o sofrimento, com farpas de ternura outrora utilizadas para que  me rendesse á tua obstinação e cedesse ás tuas fantasias e vontades, murmurando que os minutos em que fui feliz embalada pelos teus braços, palavras sentidas e olhares lânguidos que eu julguei e sensoriei como sendo verdadeiros, jamais se irão repetir. Numa vã tentativa de atenuar esta agonia derivada da falta que aprendi a sentir e que me preenche a mente diariamente com perguntas infindáveis e, tristemente, meramente retóricas; procuro, pondo á prova a minha restante sanidade mental e emocional, os sítios onde fomos uma unidade , onde nada mais existia e as horas teimavam em serem fugazes. Nada parece resultar, sinto-me constantemente em queda livre nesta absentia de motivos que me façam sorrir, ainda que uma derradeira vez. Tudo retrata-se incolor em comparação aos  momentos em que eras a paisagem que os meus olhos pintavam e o teu aroma inebriava os meus afectos. E, (por enquanto) em silêncio, questiono-te... Se era para me magoares desta horrenda e tremenda maneira, por que suplicaste que te deixasse entrar na minha vida?

1 comentário:

Catarina disse...

ohn muito obrigada ** e embora preferisse claro que não te sentissses assim como eu me senti naquele texto ! :/