domingo, agosto 19, 2012

cansaço infinito.



Tenho o lado esquerdo do corpo um pouco dolorido e extremamente cansado. Aliou-se a um coração saturado de palavras cheias de nada. Tudo o que eu senti que éramos esvai-se lentamente á medida que os dias passam e deixam as suas marcas no meu olhar que se revela incapaz de apreciar as paisagens circundantes. A dúvida que se sobrepôe agora á esperança que alimentava a minha alma e impedia-me de sucumbir ás mãos de uma desmesurada tristeza, martiriza-me, relembrando que uma despedida sem um adeus pronunciado é, de igual modo, um abandono. Perco-me nas dolorosas memórias que me impelem a revisitar os lugares onde entreguei-me ás tuas promessas e um amor imenso preencheu-me de forma inexplicável. Releio as tuas palavras sofregamente, agarrada á certeza aterrorizante de que novos vocábulos são apenas uma ilusão. Tento desesperadamente compreender os sentidos e significados de tudo o que disseste ao meu coração, guardando dentro de mim a secreta esperança de ter percebido mal os teus intuitos e esta dor que rasga e corta a pele, perfurando-me as costelas e pulmões, ser totalmente culpa minha. Prefiro acreditar que fui eu que não quis ver as tuas imperfeições, apesar de as mesmas gritarem á minha mente que tu eras assim. Estou cansada de lamentar a minha aflição e ter consciência que tu não escutas este pesar e nem sentes a minha ausência dentro de ti. Mas a dúvida é uma sensação horrível e dilacerante. Magoa-me não teres pronunciado a tua partida quando sabias perfeitamente que seria a última vez que os nossos olhos cruzar-se-iam, as nossas peles queimar-se-iam num calor espontâneo e que os nossos lábios unir-se-iam num momento que eu julgava infinito...

1 comentário:

sofs disse...

adorei, muitos parabéns.
http://sofiaramos57.blogspot.pt