segunda-feira, junho 25, 2012

voz da razão.


Eu ouvi as palavras a sairem da tua boca, mas não quis acreditar. A frieza com que destruiste os meus sonhos era impressionante e, atrever-me-ia a dizer, macabra. Se não te conhecesse, diria que sentiste um prazer arrasador ao partir o meu coração em mil pedaços... mesmo após eu ter revelado o medo desmesurado que carregava no peito. Senti-me pequenina, desprotegida, cansada. O calor que assomava a noite esvaiu-se e fui tomada por um frio esquartejante que congelou o meu sangue. Aquela sensação horrivel que eu julgava ter esquecido volta a abraçar-me o corpo apático e a angústia que eu pensava ter abandonado quando decidi seguir em frente, cola-se novamente á minha alma. Sinto-me vazia e retalhada mas sei no meu intimo que não errei na minha decisão. Perdi-te, eu sei, mas não ouvi a tola voz do coração que me pedia para ceder ao que tu desejavas. Sofrerei, é certo, mas também sei que a dimensão da mágoa será muito menor do que se tivesse decidido ceder ao que me pedias. Vou apegar-me novamente ao vazio do meu cerne, voltar a chorar lágrimas que prometi não derramar e sentir-me uma vez mais perdida, rejeitada e insuficiente aos olhos de alguém que eu tanto queria. O meu único consolo é, realmente, saber que finalmente ouvi a voz da razão em detrimento dos meus irresponsáveis afectos...

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