quarta-feira, abril 04, 2012

Ridícula nostalgia.




Saudades de um abraço apertado, de um toque caloroso entrelaçado apenas pelos nossos olhares. Nostalgia que me corrompe quando relembro as noites que passámos a trocar palavras sem sentido e o significado que guardámos nos vocábulos que não nos atrevemos a pronunciar. A presença física de dois corações que se conheciam como se conhecem as palmas das mãos calejadas que escondiamos um do outro. Os pensamentos que tentava em vão ocultar quando me despias a alma ou quando encostavas a cabeça cansada ao meu peito. As lágrimas que evitei chorar para que não soubesses ser a minha maior fraqueza. Tentei demasiadas e repetidas vezes ser o que precisavas, lutei comigo própria para chegar a tornar-me em alguém que pudesses amar ou, mais precisamente, que não tivesses receio de admitir ser o centro de todos os teus sentimentos. Findas todas as noites que guardo carinhosamente no lado esquerdo no peito (na impossibilidade fisíca e mental de as repetir),  sinto o vazio a sobrepor-se a todas as recordações que teimo em não querer esquecer. Tola, demente, ignóbil mente, praguejo eu, no silêncio de mais um gélido crepúsculo banhado pela tua forçada ausência, á minha própria alma, sabendo que o mais acertado seria, sem dúvida, olvidar todos os momentos que o meu coração certamente não se cansa de reviver. Tento ser forte e demonstrar que fazes, indubitavelmente, parte de um passado que nunca voltará para me atormentar, mas os momentos em que sinto a tua falta começam a ser cada vez mais frequentes e não sei ao certo por quanto mais tempo serei capaz de te manter afastado da minha vida. As tuas investidas enfraquecem cada vez mais esta atormentada psique e acredito que mesmo a mais forte e irredutivel mente teria dificuldade em manter-se sã e afastada de todos os sentimentos que são representados na forma do teu tentador nome.

1 comentário:

Catarina Luna disse...

tanta nostalgia, não consigo sequer tentar explicar o que senti. foi uma explosão de emoções.