quarta-feira, dezembro 21, 2011

tudo por amor.


Senti o forte impulso do amor no amâgo enroscado num passado recente e assemelha-se bastante aos efeitos de um narcótico. No principio, sentes-te envolvida pela euforia de uma rendição completa e total. Rendes-te a um ardor que roça os teus sentidos e transmite um novo fulgor ás cinzentas vontades. No dia seguinte, o teu corpo pede-te mais. Ainda não estás viciada, mas gostas da sensação que te transmite e acreditas que ainda controlas o que sucede no teu interior. Pensas em quem amas durante dois minutos e depois esqueces-te dele   durante três horas. Mas depois, acostumas-te áquela pessoa e começas a sentir-te totalmente dependente dela. Agora pensas nele durante três horas e esquece-lo por dois minutos. Se ele não está por perto, sentes-te como um toxicômano que não consegue encontrar o que o corpo lhe suplica. E, tal como um viciado, carcomido pela substância que o alimenta e, simultaneamente, destroí num ciclo imutável do qual não se consegue libertar; rouba e humilha-se para conseguir o que necessita, tu estás disposta a fazer tudo por amor.

3 comentários:

bruni disse...

que bonitooo!

- Tita * disse...

Trata-se da pobreza e personalidade da nossa bela sociedade...

Filipe Ribeiro disse...

Conseguiste chegar ao núcleo do que funciona à base do "amor"... está lindo! Gostei muito*