Delirava eu, enredada em obsoletas ilusões. Desejava ardentemente cessar o sentir. Guardar a inocência de quando era menina e refugiar-me na nostalgia de quando desconhecia o que era o amor. Fugir á saudade que me enche de vazio e destroi-me todas as palavras que não estejam relacionadas com esta paixão desmedida que me mata em vida. Amar, embebida em saudade extravazada, agarrada a recordações, esgota-me a inspiração e a respiração. Quero recair na felicidade, sentir o doce e inebriante aroma das pequenas coisas e fingir que um sorriso é simples. A melancolia carcome-me a esperança e, voltando á infância, poderia renegar este sentimento pseudo-eterno e escapar á efemeridade do que me tornaste. Nego este sentir que nada acrescenta ao meu íntimo e que somente desvanece a presença do que sou. Se me fosse permitido, esgotaria qualquer forma que chegaste a ter no meu corpo e expulsaria todas as memórias de alguém que se ausentou sem me avisar.Nutrir, erradamente, ausências e saudades de quem recolheu-se e esqueceu-me, sem medir este sentimento enorme que transborda de mim, estraga-me e enfurece-me. Torno-me amarga e azeda neste rodopio de sentires que me desgasta mas não me impede de sofrer e vou envelhecendo, certa que desperdiçei os aconchegos que nunca deveriam ter sido teus. Os sinais que esperei continuamente perderam-se da alma que os aguardava entrelaçada numa desiludida utopia. Arranca-me esta mágoa de ser tua sem o querer e despedaça-me este corpo no chão para que inerte, volte a sonhar com olhos de criança...
3 comentários:
eh pah, é que tu escreves tããããããããaão beeeem
Gostei do blog, segui*
não tens de quê :]
Enviar um comentário