respostas.

Pedes-me agora uma resposta e eu não sei ao certo o que te dizer. Desprendi-me do passado que tanto me atormentava e renovei os sentimentos que guardo dentro de mim. Sobrevivi ao mal que causaste á minha alma e não sou apenas uma sombra de ti como outrora fui. Querias que te descrevesse os afectos que sou capaz de alojar no meu interior e que me recuso a demonstrar a qualquer ser que de mim se aproxime. Peço-te que cesses as mentiras, não têm agora lugar neste cerne reciclado. Sou eu que, com uma coragem recém-adquirida devo questionar-te sobre a natureza da nossa finda ligação. Onde estavas quando a minha alma partia-se, um pouco mais a cada dia, e perguntava-me incessantemente pela tua? Onde estavas quando o frio da saudade desgastava-me os ossos distorcidos por causa do teu gélido abandono? Onde, pergunto-te eu, quando o silêncio escarnecia os meus sentimentos? Quando todo o meu tempo era gasto na procura incessante do teu rosto para arrancar um fraquejado sorriso ao meu? Em todas as noites desesperadas que suplicava por uma palavra tua, em todos os momentos que a minha boca implorava que a tua quisesse colar-se á minha? Onde estavas quando a minha alma rastejou pelo chão, caída no orgulho que a feria,desprovida de tudo?  Asseguro-te que o melhor será guardar as respostas no meu espírito e aceitar que por muito que eu morra por tua causa, as mentiras e as traições não foram infinitas. Acredita quando te digo que por muito que o amor tenha rabiscado o teu nome no meu tronco, o que julgámos eterno, não o foi. Aprendi, contigo, que cair não significa desistir e chorar não é sinónimo de fraqueza. Quando partiste, não me restou outra opção, e ainda que continue a questionar o meu coração, prefiro calar estas perguntas na tua (ainda) amaldiçoada presença...