quinta-feira, dezembro 08, 2011

prova viva da incompatibilidade.



Extinguimo-nos. Esgotámos as tentativas de completarmos as almas vazias no fogo um do outro. Deviamos ter percebido quando era suposto parar. Bolas, continuámos a insistir e desgastámos as almas que já eram tão pequeninas. Apagámos o pouco que restava delas nesta fútil investida a fim de ficarmos perto. Oh, a distância não era insuportável e mesmo assim insistimos por pura teimosia. Quisémos demasiado estar revestidos nas mútuas essências para aquecermos as mãos frias que nos tocavam nas faces desprovidas de rubor e de sorrisos verdadeiros. E o tempo continuou a correr e nós sempre a tentar, inutilmente. Não fomos, de todo, conjurados para vivermos perto e os nossos intimos, os nossos músculos, o nosso sangue e até as nossas perspectivas de vida eram completamente diferentes. Somos,no fim de contas,e após inúmeras tentativas falhadas a prova viva da incompatibilidade, mesmo perante a existência de um fogo que arde neste amor que nos consome na transparência dos nossos instáveis e saudosos dias.

3 comentários:

Joana Nogueira disse...

Obrigada e sigo-te também, grande talento este teu!

Sabrina disse...

Adorei! Está lindo!

- MartaRibeiro * disse...

Lindoooo .