Pedes-me, com o habitual sorriso malicioso, que coloque os meus sentimentos longe de ti e que me entregue nos teus braços. Bradas num tom de voz audacioso e ligeiro, numa linguagem que só eu entendo, que entre nós existe apenas prazer carnal e que o amor não se deita connosco nestes lençois de linho. Amassas o meu coração de cartolina e, por meio de rascunhos e rabiscos, resgatas-me novamente e eu, desprovida da razão que deveria me orientar, escrevo na tua mão a tinta de sangue o quão essencial és para que o oxigénio continue a circular neste malogrado corpo. Magoado, dizes-me que eu não sei sentir na medida certa e que o mais acertado seria reapropriar-me do amor que me assola a alma e recuperar o que realmente me pertence, porque tu, tu só és meu quando o destino assim o permite. Os meus sentidos, desiludidos pela minha hesitação e por ter calado todas as palavras que deveriam ter sido proferidas na tua presença, abandonam-me e seguem também na tua direcção.
3 comentários:
Adorei. Beijinho :)
gostei muito, tá lindo! beijinho*
Sigo, e gostei muito deste post :)
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