sexta-feira, outubro 28, 2011

Oh amor...


Oh amor, eu juro-te que queria ser imperturbável e não ceder aos caprichos do meu coração. No entanto, corro na direcção oposta á que deveria e tudo o que vejo é o teu abraço a aconchegar-me a alma. Oh, e quantas vezes eu jurei não mais cair nas tuas artimanhas e não acreditar nas tuas palavras? Quantas noites eu joguei o teu nome ao vento, salpicado com a raiva entranhada em mim? Tudo foi em vão, eu sei, continuo a suspirar por ti desde que me lembro. O meu coração é dono e senhor de toda a minha vontade e a minha mente, impotente, resigna-se e acompanha-o aonde quer que o tolo vá. Deixa-me ocultar o que sinto dentro de mim, sem que estejas no limiar da minha existência, para que possa arrefecer o âmago. É doloroso atravessar cada momento tentando apagar as impressões que deixaste no meu regaço quando juraste que era em mim que te querias guardar. Abandonaste tentativas de acalentar-me a vontade de ser tua, e aprisionaste a minha liberdade para que nunca pudesse esquecer-te. Ateaste um fogo que, agora consumido, nunca planeaste adormecer nos teus beijos cor de carmesim. Golpeaste cada centimetro do meu ser com falsas promessas embrulhadas em gotas de cobardia porque não conseguias sentir paixão com a mesma intensidade que eu.
Agora, meu amor, escondo sentimentos para que os mesmos não firam o meu olhar e adormeço os pensamentos cansados entre almofadas duras e frias como tu, para que não volte aos mesmos erros. Hoje já é demasiado tarde e o coração,novamente fervilhado, pede descanso do fogo a que esteve exposto nestas últimas horas.

5 comentários:

cláudiagomes. disse...

oh amor só não cai em artimanhas quando se cansa.. e para ele se cansar demora algum tempo.

carina disse...

oh obrigada, obrigada mesmo:')

Dário Rodrigues disse...

Escreves textos tão perfeitos...

Vanessa Kiekeben disse...

Espero mesmo que se canse em breve. Obrigada pelas palavras :)

Isabel disse...

texto magnifico ! parabéns. continua :)