segunda-feira, setembro 19, 2011

Feridas salgadas

Sou ingénua. Não há meias palavras para explicar como me sinto. Ao fim de tantos erros, quedas e aprendizagens, ainda acredito que o tempo deixará de ser cruel e não irá mais remexer nas feridas que tu teimaste em tatuar na minha pele.
Sempre que acredito que as cicatrizes irão sarar,que um dia deixará de doer e tento iludir-me acreditando que encontrarei num outro alguém tudo o que foste para mim, a vida relembra-me que tu existes, que marcas o teu odor por onde passas e que continuas a inalar experiências ainda que longe de mim.
A cada dia, tento repaginar a minha alma; esquecer que fizeste um dia parte da minha essência. É cada vez mais dificil. O tempo continua a ser cruel e insiste continuamente em sussurrar o teu nome para impedir que eu me esqueça de o soletrar.O teu nome, invulgar combinação de suaves tons, ainda me faz estremecer.

Por mais que eu tente me concentrar em outras coisas, a verdade é que me iludo constantemente pois ainda queria ser tua como fui um dia.
Creio piamente que quando não estou a ver, lanças palavras ao vento que atingem o meu coração. Dizes-lhe baixinho que não te pode esquecer porque tu nunca me esqueceste e sabes que um dia podes voltar. Acreditas que não podes permitir que eu te olvide e então mantens-me suspensa por uma linha invisivel que, por ser transparente, não consigo cortar.
Nos dias mais solitários, vejo o teu espirito atravessar todos os outros com quem me cruzo. Encontraste esta sádica maneira de estares presente em todos os passos que dou. As crueis mentiras com que me deixaste fazem-me ainda crer que sempre gostaste de me ver sofrer, assim evito com cada sopro do meu coração as lágrimas que teimam em pulsar debaixo de cada centimetro de pele.
E eu... eu apenas gostava de poder esquecer o quanto te amei/o.

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