sábado, maio 13, 2006

Abandonada


Fui abandonada, traída, deixada num trilho que já não percorria há muito tempo...
Já posso tirar a maquilhagem? O palhaço já perdeu o seu encanto?
Porque já não ris á custa dos meus sentimentos? A minha obsessão deixou de ser um dos teus passatempos preferidos?
Tudo o que fiz por ti foi em vão, não passam agora de memórias num papel que irá se deteriorar com o tempo... a tua decisão foi vil e apesar de tudo, não a esperava tão cedo... a minha alma ainda não estava preparada para ser rasgada como está sendo ao longo destes últimos dias...
Sinto um enorme vazio dentro de mim... deram-me o céu nos últimos nove meses e de repente ... abate-se uma tempestade sobre mim, independentemente do tempo que faça, no meu coração estará sempre a chorar...
É tudo medo, medo, medo de te perder e não te ter mais a meu lado! Tudo o que te dei nestes últimos tempos faz-me agora falta... Será que posso pedir de volta? Dás-me a minha alma de volta? Meu coração? Meu tempo? Minhas lágrimas? Tá bem, tá bem, faz favor?
Porque razão o nino não gosta mais da nina? O que aconteceu ao sei que não és a pessoa mais indicada para perguntar isto, mas és a única em quem tenho confiança... e ao a pessoa mais importante para mim é aquela que me conhece melhor... tu Será que eram palavras ditas ao vento, que se esfumam e não têm significado nenhum?
Ainda dizes que te conheco perfeitamente... então porque me sinto tão perdida e desorientada, sem saber o que fazer? Não estou a compreender... será que alguém me pode explicar? Tá bem, tá bem, faz favor?
Porque me abandonas novamente? Sentia-me como se fossemos um só... na minha vida havéra uma sucessão de pessoas que me acompanham durante algum tempo e a seguir me abandonam... fazem-me sentir especial, uma das melhores amigas e pessoa mais importante em quem confiam e quando eu estou completamente consciente que conquistei a sua amizade, abandonam-me para me mostrar que não tenho direito a nada disso...
Acabaram-se os cafés, as sáidas, as gargalhadas... a minha vida... que sentido tem agora viver? Sair do trabalho, meter-me em casa, sem amigos, sem namorado, sem ninguem... não consigo conceber tal ideia!
Que mal fiz eu para merecer tanta dor e sofrimento... por favor, volta para mim... nem que seja só mais uns tempos, eu preciso da tua amizade... quero que me chames seja o que for, mas chama!
Sinto-me tão perdida, tão abandonada... sou um pedaço de lixo que alguém se esqueceu de recolher... consegues ouvir os meus lamentos, o meu sofrimento... Eu grito, grito só para ti mas não me queres ouvir...
Volta atrás, esqueceste-te de mim enquanto passaste por esta rua sombria... jogaste-me fora do carro em andamento e fui parar a uma poça de lama, suja, imunda sem vida... associaste-me a essa poça e seguiste sempre...
O nino não brinca mais com a nina porque? Que mal fiz eu? Porque ninguem me responde? Os meus gritos ecoam no vazio da casa, no vazio da alma... é tudo medo, medo, medo de ficar sozinha sem ti, sozinha sem nós... O mim sem o ti não faz sentido! Eu só existo quando tou a teu lado...
Tenho tantas saudades tuas... são indescritiveis... tento traduzi-las nas minhas lágrimas mas não consigo, não consigo explicá-las!
Por onde andarás neste momento... com quem estarás... nem te atreves a sentir a minha falta... e eu tonta como sempre, palhaça de circo, espero por ti, por um sinal teu, que te lembres de mim assim que te vires sozinho!
Davas-me tu a alegria que me levava a agir como palhaça de circo, bruscamente roubaste-me a minha ridicularidade, fazendo-me cair num abismo...
Porque razão te quis só pra mim? Porque razão te pretendi mesmo quando sabia que tu não me querias... oh lamentável ilusão! Devassa imaginação que cruzava meu ser, acreditar que um dia poderias vir a ser meu...
Não sei se ria, não sei se chore... a situação até parece irreal, acabaste por te fartar de mim como eu receava...
Ai que me sinto a cair... não tenho nem forças para sentir raiva, ódio, seja o que for... tudo o que vejo é uma recordação de ti...
Tudo me lembra os dias que vivemos, os olhares, os segredos partilhados... que faço com tudo isto?
Ai... como eu dava tudo para te ter a meu lado... o tempo não volta e estas minhas lágrimas congelam-se enquanto rolam pela minha face...
Tenho tantas saudades tuas... já te disse? É tudo medo, medo, medo de te perder mais ainda do que já perdi! Se calhar também me perdi a mim própria e nem me apercebi...
Sem ti é tudo tão dificil e tão sombrio!!!! Não consigo! Recuso-me a viver sem ti!
Depois de tudo o que fiz por ti.... prometeste-me que não me deixavas... ajudei-te a ter tudo o que querias só para te poder ver feliz e isso... custou-me a minha infelicidade. Irónico, não deixa de ser...
Ai ...estas saudades matam-me... ouve-me outra vez... preciso tanto que me oiças... ver-te e não poder falar contigo, não te poder tocar... eu não aguento... é tudo medo, medo, medo ... medo de não encontrar alguém como tu, como nós... gosto tanto de mim quando estou contigo! Sem ti odeio-me! Sem ti não faz sentido nenhum esperar pelo fim de um dia de trabalho com o alento de que estás na rua á minha espera...
Tiras-me assim o gosto pela vida, o pouco que eu tinha... ai que faço sem ti, sem nós... ajuda-me! Ouve-me... como sobrevivo agora?
Sei que estou a me repetir mas preciso mesmo que estas palavras cheguem ao teu coração o mais breve possivel... estou a morrer pouco a pouco sem a tua presença, não sei que mais dizer ou fazer para te alertar!
Fui abandonada em pleno frio da madrugada, passei pela vergonhosa cena de gritar pelo teu nome, dando-me ao luxo de agoniadamente chorar...
Confundiste-me da cabeça aos pés, baralhaste a minha razão, brincaste com um coração que se afunda entre outros.
Lembro-me do teu olhar, frio e distante, não esqueço o teu sorriso, doce balanço, dando-me um rumo...
Num momento deste-me a alegria, que me levava a agir como uma palhaça de circo, bruscamente roubaste a minha ridicularidade, fazendo-me num abismo sem fundo cair...
Depressão, angústia, solidão... por qual devo optar? Melhor não os separar... Separá-las seria voltar na alegria, na abundância, na idolatria... sentimentos que pretendo apagar de mim.
Porque fiquei assim? Em profundo abandono? Porque não velou o meu sono? Porque te quis só para mim?
Encontrar-me-ei a teu lado, num doce embargo, desface-le-ei nos teus bracos, tão doido, apertado...
Parecia ser tão vil, o forgor vindo dos olhos meus, procurando ser gentil, caí nos encantos teus...
Agora desta batalha saio novamente derrotada, deprimo tudo o que digo ... E vivo tão destroçada que perco a fala vendo-te partir ...

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